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A era do caos: Do VUCA ao BANI
Pode parecer um pouco dramático, mas trata-se da realidade do mundo e do mercado atual, o BANI, que veio em sucessão ao VUCA, em suma, é descrito como a era do caos. Para quem tem familiaridade com o acrônimo anterior, sabe que esse termo não é mais suficiente para expressar o momento de transformações que se agravou após o COVID-19.
Mas o que exatamente significa BANI? Como aconteceu a transição? Leia o artigo a seguir para entender.
Contextualizando: O que é VUCA?
O termo VUCA é uma sigla do idioma inglês que significa Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity, ou, volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade se traduzido para o português. O conceito foi criado ao final dos anos 1980 pós-Guerra Fria, para descrever a dinâmica dos acontecimentos no mundo, em um cenário tomado por instabilidade, insegurança mundial, transformações rápidas e uma expressiva presença tecnológica.
As profundas mudanças e avanços tecnológicos serviram de força motriz para a criação de novos modelos de negócios e planejamentos estratégicos dando oportunidades de sucesso para empresas que acompanharam essa aceleração.
Todavia, esse conceito começou a ficar obsoleto de acordo com o avanço cada vez maior da “era digital” onde o mundo ficava progressivamente interligado graças a internet.
A transição
Pensar em um mundo volátil e ambíguo parece não fazer parte da nossa realidade atual e não descreve realmente como vivemos hoje. A primeira abordagem do BANI foi feita em 2018, pelo antropólogo e futurologista norte-americano Jamais Cascio, em um evento no Institute For The Future (IFTF).
Em 2020 o conceito ganhou força, onde a visão do VUCA não mais funcionava em um mundo tomado pela pandemia. Portanto, o novo acrônimo carregaria a chave para uma nova ótica de mundo.
BANI: O que é?
BANI é a evolução do mundo VUCA, sigla do idioma inglês que significa Brittleness, Anxiety, Nonlinearity e Incomprehensibility ou, fragilidade, ansiedade, não linearidade e Incompreensibilidade se traduzido para o português. Os adjetivos descrevem bem o momento que vivemos, a internet intensifica mais ainda um dos mais perigosos sentimentos humanos: o medo.
A seguir, exploramos cada elemento do acrônimo:
• Brittleness – FRAGILIDADE
De acordo com Jamais, estamos suscetíveis a catástrofes a qualquer momento, se, no mundo VUCA a volatilidade prevalecia, neste mundo de agora, estamos vivendo em um sistema frágil, onde não há solidez nem estabilidade, podendo sucumbir a qualquer hora.
Um exemplo claro desta fragilidade é o despreparo do mundo com relação a pandemia COVID-19, onde várias pessoas perderam seus empregos e os sistemas de saúde colapsaram. Tudo pode mudar a lógica de mercado em um sistema frágil e despreparado.
• Anxiety – Ansiedade
Se você vive em um mundo frágil, suscetível a tragédias avassaladores, como não ficar ansioso?
Viver em um mundo interligado fortalece ainda mais a ansiedade onde o exacerbo de informações prejudica o foco das pessoas e consequentemente do mercado. A ansiedade carrega em si uma sensação de impotência e de que qualquer tomada de decisão pode estar potencialmente errada e destruir um negócio.
• Nonlinearity – Não linearidade
A não linearidade é pautada pela desconexão entre causa e efeito. Um novo sistema de causa e consequência se estabelece, em que, uma decisão tomada hoje pode ter resultados desequilibrados e imprevisíveis diante da aceleração dos acontecimentos.
Um posicionamento errado de alguma companhia em algum anúncio, campanha ou post nas mídias sociais, pode gerar um desmoronamento na imagem e consequentemente nas vendas dessa empresa, ou pelo contrário, alguma colocação correta pode alavancar ainda mais algum negócio no mercado.
É o mundo onde pequenas decisões podem trazer grandes resultados, enquanto um enorme esforço e investimento colocado numa variável importante pode gerar a total ausência de resposta.
• Incomprehensibility – Incompreensibilidade
Perder a conexão com a realidade diante de tanto acontecimento é muito fácil no mundo BANI. Pela gama de informação que chega a todo momento pelos diversos meios de comunicação, o processamento do ser humano para com esses acontecimentos fica mais difícil.
As informações correm com tanta frequência e rapidez, que muitos simplesmente não sabem como agir, e o senso de estar em crise pela falta de respostas se faz cada vez mais presente entre os profissionais.